Geradores e atratores de crimes e o policiamento orientado para o problema
DOI:
https://doi.org/10.36776/ribsp.v7i19.243Palavras-chave:
Geradores de crimes, Atratores de crimes, Policiamento orientado para o problema, criminologia ambientalResumo
O presente artigo analisa a relação entre geradores e atratores de crimes e a implementação do Policiamento Orientado para o Problema (POP), com base em uma revisão das principais teorias de prevenção criminal e da criminologia ambiental. O objetivo geral consiste em analisar a relação entre os geradores e atratores de crimes e a implementação do POP. Os aspectos metodológicos de procedimentos são: abordagem qualitativa; objetivos exploratório-descritivos; e procedimento bibliográfico e análise documental. Os resultados destacam a importância das teorias da oportunidade para entender a dinâmica da criminalidade e identificar áreas de concentração criminal. Ademais, mostram como o POP, ao enfatizar a identificação e análise de problemas específicos, pode direcionar suas ações para áreas com alta incidência de crimes, nos quais os geradores e atratores são predominantes. Conclui-se que a combinação de teorias da oportunidade com ferramentas, como os mapas mentais e os perfis geográficos criminais podem auxiliar na elaboração de estratégias eficazes de prevenção criminal. Confirmou-se a hipótese de que a compreensão dos geradores e atratores de crimes é fundamental para a implementação adequada do POP e para o desenvolvimento de soluções mais assertivas no enfrentamento à criminalidade.
Referências
AGRA, C. DA. A criminologia: um arquipélago interdisciplinar. 1. ed. 2012.
ANDRADE, J. M. O policiamento orientado pela inteligência como estratégia de prevenção e combate ao crime em Minas Gerais: um estudo de caso. Monografia (Especialização em Gestão Pública) - Universidade Federal de São João del-Rei, São João Del-Rei, 2018.
BEAUREGARD, E.; MARTINEAU, M. The sexual murderer: offender behavior and implications for practice. New Jersey: Routledge, 2016.
BERNASCO, W.; BLOCK, R. Robberies in Chicago: a block-level analysis of the influence of crime generators, crime attractors, and offender anchor points. Journal of Research in Crime and Delinquency, v. 48, n. 1, p. 33-57, 2011.
BONDARUK, R. L. A prevenção do crime através do desenho urbano. Paraná: Editora Autores Paranaenses, 2007.
BRAGA, Anthony et al. Hot spots policing of small geographic areas effects on crime. Campbell Systematic Reviews, v. 15, n. 3, 2019.
BRANTINGHAM, P.; BRANTINGHAM, P. Criminality of place. European journal on criminal policy and research, v. 3, n. 3, p. 5-26, 1995.
BRANTINGHAM, P.; BRANTINGHAM, P. Environment, routine, and situation: toward a patterns theory of crime. In: CLARKE, R.; FELSON, M. (Eds.). Routine activity and rational choice: advances in criminological theory. New Jersey: Transaction Publishers, 1993, v. 5, p. 259-294.
BRANTINGHAM, P.; BRANTINGHAM, P. Patterns in crime. New York: Macmillan, 1984.
CANTER, D. Offender profiling and investigative psychology. Journal of Investigative Psychology and Offender Profiling, v. 1, n. 1, pp. 1–15, 2004.
CARTER, D. L. Office of Community Oriented Policing Services. Law Enforcement Intelligence: A Guide for State, Local, and Tribal Law Enforcement Agencies. Michigan State University, Second Edition, 2009.
CAVALCANTI, R. dos S. Espaço e Crime: desvendando a lógica dos padrões espaciais de crimes urbanos no bairro de Boa Viagem, Recife - PE. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Urbano) - Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Urbano, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2013.
CERQUEIRA, Daniel Ricardo de Castro. Causas e consequências do crime no Brasil. Rio de Janeiro: BNDES, 2014.
COHEN, L.; FELSON, M. Social change and crime rate trends: routine activities approach. American Sociological Review, v. 44, n. 4, p. 588-607, 1979.
CORNISH, D.; CLARKE, R. The rational choice perspective. In: R. Wortley; L. Mazerolle (eds). Environmental Criminology and Crime Analysis. Cullompton: Willan, United Kingdom, 21-47, 2008.
CORNISH, D.; CLARKE, R. Understanding crime displacement: an application of rational choice theory. Criminology, v. 25, p. 933-947, 1987.
DAHLBERG, L. L.; KRUG, E. G. Violência: um problema global de saúde pública. Ciência & Saúde Coletiva, v. 11, n. suppl, p. 1163–1178, 2006.
DETONI, M. P. Modelo ecológico de geração do crime: um caminho para a (in) segurança pública brasileira. Confluências, v. 21, n. 3, 2019.
FARIA, A. H. P. de; ALVES, D. F. C.; ABREU, J. F. de. Análise espacial aplicada ao estudo do crime: uma abordagem exploratória da distribuição dos atrativos para o crime no espaço urbano de Belo Horizonte. Caderno de Geografia, v. 28, n. 55, 2018.
FARIA, A. H. P. de; DINIZ, A. M. A.; ALVES, D. F. C. Espaço de ação de criminosos e sua correlação com a paisagem urbana: um estudo de análise centrográfica e distribuição de atratores para o crime. Geosul, Florianópolis, v. 35, n. 75, p. 623- 653, jun. 2020.
HIPÓLITO, M. M. Superando o mito do espantalho: uma polícia orientada para a resolução dos problemas de segurança pública. Florianópolis: Insular, 2012.
KONVALINA -SIMA, T. Profiling Criminal: introdução à análise comportamental no contexto investigativo. Portugal: Rei dos Livros, 2012.
LINO, D.; MATSUNAGA, L. H. Perfil criminal geográfico: novas perspectivas comportamentais para investigação de crimes violentos no Brasil. Revista Brasileira de Criminologia, v. 7, n. 1, p. 7-16, 2018.
LUSSIER, P.; MCCUISH, E.; CORRADO, R. Psychopathy and the prospective prediction of adult offending through age 29: Revisiting unfulfilled promises of developmental criminology. Journal of Criminal Justice, 2020.
MINAS GERAIS. Polícia Militar. Comando-Geral. Diretriz Geral para Emprego Operacional nº 3.01.01/2019: Regula o emprego operacional da Polícia Militar de Minas Gerais. Belo Horizonte: Comando-Geral, Assessoria Estratégica de Emprego Operacional (PM3), 2019.
NASCIMENTO, F. L. Mobilidade criminal: o que sabemos? Revista Caminhos de Geografia, Uberlândia-MG, v. 22, n. 79, p. 56-76, fev. 2021.
NASCIMENTO, F.; SILVA NETO, A. A oportunidade “faz” o ladrão? Perspectivas alternativas da análise situacional do crime. EDUCTE: Revista Científica do Instituto Federal de Alagoas, v. 13, n. 1, p. 1842-1855, 2022.
OLIVEIRA, J. F. de. As políticas de segurança e os modelos de policiamento: a emergência do policiamento de proximidade. Coimbra: Almedina, 2006.
PARK, R. E. Human Migration and the Marginal Man. Antioch Review, v. 33, n. 6, 1928.
PARK, R. E. The City: Suggestions for the Investigation of Human Behavior in the City Environment. American Journal of Sociology, v. 20, n. 5, p. 577-612, mar. 1915.
PENA, S. A; GONÇALVES FILHO, C. Análise de fatores de influência na criminalidade. Perspectivas em Políticas Públicas, v. 15, n. 30, p. 96–122, 2022.
PERRY, B. D. The Neurodevelopmental Impact of Violence in Childhood. Textbook of Child and Adolescent Forensic Psychiatry, p. 221-238, 2001.
PERRY, W. L. et al. Predicitive Policing: The role of crime forecasting in law enforcement operations. Rand Corporation, 2013.
RATCLIFFE, J. Intelligence Leding Police. New York: Routdlege, 2016.
ROBERT E. PARK, ERNEST W. BURGESS, R. D. M. The City. Chicago: The University of Chicago, 1925.
ROLIM, M. A síndrome da rainha vermelha: policiamento e segurança pública no século XXI. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar, Inglaterra: University of Oxford - Centre for Brazilian Studies, 2009.
RUSSO, A. C.; LOPES, P. L. S. Urbanização, exclusão social, violência urbana e implicações para o policiamento ostensivo paulista. RIBSP, v. 4, n. 10, p. 150-157, Set/Dez, 2021.
SAMPAIO, A. M. C. G. O. Design Against Crime: Prevenção situacional do crime em espaço urbano. 143 fls. Dissertação (Mestre em Design, Materiais e Gestão do Produto - Universidade de Aveiro, 2007.
SANTOS, D.; TASCA, J. E. Policiamento orientado ao problema como estratégia para elaboração e gestão por projetos de acordo com o Plano de Comando da Polícia Militar de Santa Catarina. Revista Ordem Pública, Florianópolis, v. 7, n. 1, pp. 179-200, 2014.
SNODGRASS, J. Clifford R. Shaw and Henry D. Mckay: Chicago Criminologists. The British Journal of Criminology, v. 16, n. 1, p. 1-19, jan. 1976.
THORNBERRY, T. P.; HUIZINGA, D.; LOEBER, R. Causes and Correlates: Findings and Implications. Office of Juvenile Justice and Delinquency Prevention, v. IX, n. 1, p. 1-40, 2004.
VIANA, E. Criminologia. 9. ed. Salvador: Bahia: JusPodivm, 2019.
WANG, Y. et al. Child maltreatment in an incarcerated sample in China: Prediction for crime types in adulthood. Children and Youth Services Review, v. 34, n. 8, p. 1553-1559, 2012.
WEISBURD, D. The law of crime concentration and the criminology of place. Criminology, v. 53, n. 2, p. 133-157, 2015.
WEISBURD, D.; ECK, J. Unraveling the crime-place connection: new directions in theory and policy. New York: Routledge, 2017, v. 22.
WENG, X.; RAN, M. S.; CHUI, W. H. Juvenile delinquency in Chinese adolescents: An ecological review of the literature. Aggression and Violent Behavior, v. 31, p. 26–36, 2016.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Global status report on preventing violence against children. 2020.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Global status report on violence prevention. 1. ed. 2014.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Stanley Araújo Pena, Lucas Henrique Giarola, Marcos Tulio de Lima, Cid Gonçalves Filho

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.