Desafios e perspectivas para o atendimento a vítimas secundárias do feminicídio numa delegacia de Polícia Civil
DOI:
https://doi.org/10.36776/ribsp.v7i19.251Palavras-chave:
Violência contra a Mulher, Feminicídio, Vítimas Secundárias, Polícia Civil, Atendimento humanizadoResumo
O presente artigo analisa os desafios e perspectivas para o atendimento de vítimas secundárias do feminicídio no âmbito de uma Delegacia Especializada em Investigação de Homicídios em Belo Horizonte/MG. A pesquisa parte da constatação do aumento de casos de feminicídio no Brasil e da invisibilidade das vítimas indiretas desses crimes, como familiares e pessoas próximas. O objetivo é compreender, sob a ótica de profissionais da segurança pública, as dificuldades enfrentadas no acolhimento dessas vítimas e propor caminhos para um atendimento mais qualificado. Para tanto, foi adotada uma abordagem qualitativa, com base em revisão bibliográfica e na realização de interlocuções com policiais civis da unidade especializada, complementadas por observação participante e análise documental. Os resultados apontam limitações estruturais, ausência de capacitação específica, inexistência de equipes multidisciplinares e lacunas no acolhimento humanizado às vítimas. Conclui-se que é urgente a implementação de políticas públicas que considerem as vítimas secundárias do feminicídio como sujeitos de direitos, exigindo da Polícia Civil de Minas Gerais maior preparo técnico e sensibilidade institucional para prestar um atendimento qualificado e empático, além de ações integradas com outros órgãos de assistência e proteção social.
Referências
BUSSINGER, Rebeca V. Nem que a morte os separe: trajetória de mães de filhos assassinados e representação social de justiça. Curitiba: Ed. Juruá, 2010.
COSTA, Daniella Harth da. Um olhar sistêmico sobre famílias de jovens vítimas de homicídio. 15. 121 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2015.
FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA. Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2021. Disponível em: https://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2021/10/anuario-15-completo-v7-251021.pdf. Acesso em: 31 out. 2021.
FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA. Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2020. – Disponível em: https://forumseguranca.org.br/anuario-brasileiro-seguranca-publica/. Acesso em: 01 nov. 2021.
FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA. Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2019. Disponível em: https://www.forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2019/10/Anuario-2019-FINAL_21.10.19.pdf. Acesso em: 01 nov. 2021.
FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA. Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2018. Disponível em: https://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2019/03/Anuario-Brasileiro-de-Seguranc%CC%A7a-Pu%CC%81blica-2018.pdf. Acesso em: 03 mar. 2019.
FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA. Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2017. Disponível em: https://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2019/01/ANUARIO_11_2017.pdf. Acesso em: 03 mar. 2019.
FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA. Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2016. Disponível em: https://forumseguranca.org.br/storage/10_anuario_site_18-11-2016-retificado.pdf. Acesso em: 03 mar. 2019.
GARCIA, Leila Posenato. A magnitude invisível da violência contra a mulher. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, v. 25, n. 3, p. 451-454, set. 2016. Disponível em: http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-49742016000300451. Acesso em: 14 jan. 2021.
MENEGHEL, Stela Nazareth; PORTELLA, Ana Paula. Feminicídios: conceitos, tipos e cenários. Ciência & Saúde Coletiva, v. 22, p. 3077-3086, 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_abstract&pid=S1413-81232017002903077&lng=en&nrm=iso&tlng=pt. Acesso em: 03 out. 2020.
MESSIAS, Ewerton Ricardo, CARMO, Valter Moura do & ALMEIDA, Victória Martins de Feminicídio: Sob a perspectiva da dignidade da pessoa humana. Revista Estudos Feministas [online]. 2020, v. 28, n. 1, e60946. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1806-9584-2020v28n160946. Acesso em: 02 out. 2020.
NERY, Maria Clara Ramos Nery; LUTZ, Armgard; MORAES, Ana Paula Rosa de. Violência contra a mulher sobre o enfoque da Teoria do Reconhecimento de Axel Honneth: uma reflexão. In: XVI Seminário Internacional de Educação no Mercosul, 16., 2014, Cruz Alta. Anais [...]. Cruz Alta: Unicruz, 2014. Disponível em: https://bit.ly/2XIMVzi. Acesso em: 25 jun. 2020.
OLIVEIRA, Ana Claudia Delfini Capistrano de; GHISI, Ana Silvia Serrano. Norma Técnica de Padronização e as Delegacias das Mulheres em Santa Catarina. Rev. Estud. Fem., Florianópolis, v. 27, n. 1, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1806-9584-2019v27n146855. Acesso em: 16 dez. 2021.
PASINATO, Wânia. Femicídios e as mortes de mulheres no Brasil. Cadernos Pagu, n. 37, p. 224, 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/j/cpa/a/k9RYCQZhFVgJLhr6sywV7JR/?format=pdf&lang=pt. Acesso: 28 jan. 2022.
PIOVESAN, Flávia. Temas de direitos humanos. São Paulo: Saraiva Educação, 2018.
POLICIA CIVIL DE MINAS GERAIS. Diagnósticos semestrais de violência doméstica e familiar contra a mulher em Minas Gerais (registros tentados e consumados) –2021. Disponível em: http://www.seguranca.mg.gov.br/component/gmg/page/3118-violencia-contra-a-mulher. Acesso em: 20 jan. 2022.
POLICIA CIVIL DE MINAS GERAIS. Resolução nº 8.099, de 17 de abril de 2019. Disponível em: https://extranet.policiacivil.mg.gov.br/intranet/documento/exibir/21142. Acesso em: 15 jan. 2022.
ROICHMAN, Carlos Barreto Campello. Faca, peixeira, canivete: uma análise da lei do feminicídio no Brasil. Revista Katálysis, jul. 2020, v. 23. nº 2, p. 357-365. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rk/v23n2/1982-0259-rk-23-02-357.pdf. Acesso em: 15 jan. 2022.
SILVA, Sidney M. da. Feminicídio – quando a vítima é mulher. Mestrado Profissional em Planejamento e Políticas Públicas. Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza-CE. Disponível em: https://catalogodeteses.capes.gov.br/catalogo-teses/#!/. Acesso em: 15 jan. 2022.
TEIXEIRA, Clodine Janny. Vítimas ocultas das mortes escancaradas: as repercussões da morte violenta de um jovem na vida dos sobreviventes. Tese (Doutorado) - Curso de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano, Instituto de Psicologia - Usp, São Paulo, 2017. Disponível em: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=4392242. Acesso em: 13 ago. 2021.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 José Eustáquio de Brito, Mardel Sidney de Oliveira

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.