Ações de enfrentamento às doenças mentais

Aproximações entre a Polícia Militar da Bahia e a Polícia Militar do Distrito Federal

Resumo

Este artigo analisa as ações institucionais voltadas ao enfrentamento de doenças mentais entre policiais militares, com foco nas experiências das Polícias Militares da Bahia (PMBA) e do Distrito Federal (PMDF). Parte-se do reconhecimento de que a atividade policial é fortemente atravessada por fatores estressores que afetam a saúde mental dos profissionais, como a sobrecarga de trabalho, a cultura organizacional hierarquizada e os riscos da função. O objetivo central da pesquisa é verificar se, a partir do estudo realizado por Minayo, Souza e Constantino na Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ), é possível identificar respostas institucionais concretas de cuidado à saúde mental em outras corporações estaduais. Adotou-se como metodologia a análise documental e bibliográfica, com base no estudo citado e em dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, além da descrição das estruturas organizacionais e dos programas desenvolvidos pela PMBA e PMDF. Os resultados indicam que ambas as corporações dispõem de estruturas voltadas à saúde mental, mas enfrentam limitações em termos de efetividade e alcance. A pesquisa conclui que há avanços significativos nas ações preventivas e de acolhimento, mas ainda há desafios a serem enfrentados, sobretudo quanto à superação do estigma, à integração entre departamentos e à institucionalização de uma política nacional de saúde mental voltada aos profissionais de segurança pública.